Carlos Ferreirinha

Conheça o maior especialista em gestão de luxo da América Latina

A 37ª edição da Revista Celebrar traz em suas páginas um bate-papo com a maior referência na atividade de luxo e premium no Brasil e na América Latina, Carlos Ferreirinha. O empresário é reconhecido entre os principais pensadores e formadores de opinião sobre o negócio e gestão do luxo. 

Carlos Ferreirinha foi o presidente mais jovem da LVMH (Moët Hennessy Louis Vuitton) no mundo, quando dirigiu a operação no Brasil e América Latina, dirigiu o marketing EDS – Electronic Data System, estando à frente de projetos de impacto até fundar sua própria empresa, a MCF Consultoria, em 2001.

Com a MCF, Ferreirinha atende a clientes de diferentes segmentos há mais de 24 anos e ainda desenvolveu a Luxury Academy, uma área destinada ao conhecimento e propagação de informações relacionadas à área de luxo com cursos, palestras, treinamentos, capacitações e dinâmicas in company. O empresário é o responsável pelo primeiro MBA de Inteligência da Gestão do Luxo das Américas.

Em 2019, Ferreirinha lançou seu livro "O Paladar não Retrocede". Uma obra que explora como a inteligência da gestão do luxo pode ser aplicada em diferentes segmentos de negócios para criar experiências únicas e elevar padrões de consumo. Em 2024, lançou “O Olhar para o Extraordinário” com o coautor, Leandro Crepaldi. A obra é imprescindível para qualquer profissional que queira utilizar a Inteligência da Gestão do Luxo como fonte de inspiração.

Em entrevista, Ferreirinha, conta como foi sua jornada e como sua essência o manteve no caminho de crescimento.

Revista Celebrar: Como você se interessou pela área de luxo?

Carlos Ferreirinha: “A área do luxo não era algo que despertava meu interesse. A verdade é que, há trinta anos, não havia essa delimitação do que é luxo como existe hoje. Participei de uma seleção como executivo de mercado na Louis Vuitton e tomei a decisão de seguir, não pela marca, mas pelo executivo principal da marca, que, na época, era um indivíduo muito, muito inspirador, muito visionário e acabou gerando em mim uma vontade de participar daquela história que ele contava.” 

RC: Quais foram os desafios que você enfrentou durante a sua formação profissional e como você superou?

CF: “Gosto muito de ressaltar que não fui “parido” na Louis Vuitton, eu já tinha histórico profissional e foi isso que me levou para uma possibilidade dentro da marca. Eu trabalhei em recepção de hotel, fui estagiário de uma empresa de tecnologia e, nessa empresa, fiquei oito anos e tive uma trajetória de crescimento. Entrei como estagiário e saí como diretor-geral de marketing de comunicação de novos negócios com a oportunidade de ter sido transferido para os Estados Unidos. Minha história é similar à de muitas pessoas. Vim de uma estrutura familiar muito simples e humilde. Tive uma educação muito básica. Meus grandes obstáculos sempre foram principalmente demonstrar que, mesmo não tendo uma educação de elite, também conseguia entregar resultados. Sempre tive que me superar, me provar e conseguir ultrapassar naturalmente as expectativas que as pessoas tinham. Minha trajetória é pautada em cima de desafios contínuos de mostrar que, apesar de toda a complexidade, existem oportunidades muito significativas na América Latina e no Brasil. E, se isso é um desafio hoje em dia, imagina há 30 anos.”  

RC: Quais os principais pontos marcantes que te levaram à criação da sua empresa?

CF: “As pessoas sempre criam essa expectativa de que há um ponto de virada para o empreendedor, romantizam o processo. Não foi o que houve com a MCF. Nunca tive vontade de empreender. A MCF nasceu por uma necessidade minha de emissão de nota fiscal. Sempre tive uma carreira promissora como executivo, mas eu tive vontade de tirar um novo período sabático para buscar outras alternativas. Fiquei 08 anos na EDS, 07 anos na Louis Vuitton. Quando fiz essa pausa, que me faria retornar ao mercado como executivo, fui convidado pelo Governo do Fernando Henrique Cardoso, pelo Ministério das Relações Exteriores através da ABIT - Associação Brasileira da Indústria Têxtil, para liderar o primeiro projeto brasileiro de internacionalização de marcas brasileiras de valor agregado. Fui convidado para coordenar esse projeto na França. E foi assim que a MCF surgiu, precisava emitir a nota fiscal para receber desse projeto. Só que, ao longo desse caminho, percebi que existia uma curiosidade do mercado em relação à minha trajetória na Louis Vuitton, porque os resultados tinham sido muito grandes. A MCF foi surgindo por uma natural movimentação orgânica de observação da oportunidade. Não existe aqui um Ferreirinha que foi visionário, que foi inacreditável, que antecipou isso ou aquilo. Eu abracei oportunidades da mesma forma que abracei na minha vida executiva. Fui desenhando oportunidades e hoje, 24 depois, tenho uma empresa que é referência no mercado.”

RC: Como foram esses primeiros clientes, como foi esse início da MCF?

CF: “O primeiro ponto que tornou a MCF o que é, foi nosso primeiro curso voltado ao luxo. Criei um encontro de três meses no qual me encontrava com essas pessoas, profissionais interessados em meu tipo de gestão, uma vez por semana para compartilhar a minha visão e os desafios, obstáculos que eu enxergava que tinham sido exitosos de liderança para resultados. Sou um indivíduo pautado em compartilhar conhecimentos, pautado em acreditar verdadeiramente que a informação empodera. Um dos principais pontos de reconhecimento da MCF é que a gente compartilha de forma generosa a informação. E, após os resultados dos projetos com o Governo Federal, foram surgindo outros projetos. A história da minha empresa não vem de auxílio de investidores, vem de um resultado que foi feito comigo e com meu time, nada mais do que isso.”

RC: Quais são as características que colocam a MCF em destaque no mercado?

CF: “Nós temos um trabalho realmente muito estruturado sobre Inteligência da Gestão do Luxo. Nosso diálogo é aberto às marcas de diversos segmentos. Acreditamos que diferentes setores podem se beneficiar com a inteligência da gestão do luxo, não para se tornar luxo, mas como uma inspiração estratégica como um valor de diferenciação, uma possibilidade de subir degraus, de aumentar o seu nível de posicionamento do mercado. Nós somos a primeira consultoria de inteligência estratégica 360º das Américas. A gente fez o maior evento de gestão de luxo chamado ATUALUXO e diversos Fóruns, Seminários. O primeiro curso de gestão de luxo é nosso, nós lideramos o primeiro MBA de Gestão de Luxo das Américas com a FAAP. Tivemos o primeiro livro best-seller de gestão de luxo com “O paladar não retrocede”. Esse pioneirismo em diversas frentes, com constância, é que torna a MCF o que é. Temos clientes que estão conosco há mais de 20 anos. A MCF não é uma grande empresa, mas uma empresa que se manteve grande no relacionamento.” 

RC: Qual é a sua visão para o futuro do mercado de luxo?

CF: “As atividades relacionadas ao luxo, essencialmente, são como qualquer outra, com obstáculos, com crescimentos, mas vai continuar se fortalecendo. É uma atividade que não é pautada em cima da lógica, é pautada em cima da emoção, do prazer, da vontade. Se tem algo inerente à nossa constituição humana, é a vontade, o desejo.”

RC: Que lições da sua família marcaram profundamente sua essência?

CF: “Venho de uma estrutura familiar simples. Sou filho de imigrantes portugueses, somos eu e mais três irmãs. Sou de uma família na qual o valor principal da vida é o trabalho. Meu pai tinha um botequim e minha mãe era costureira e doméstica. Minha lembrança mais forte do meu pai é dele trabalhando muito, ele era um homem cansado. Meus pais só foram alfabetizados, não tiveram uma educação além da alfabetização. Mas meu pai era um homem muito culto, lia muito jornal, lia muitos livros. Quando eu resgato essas reflexões, eu vejo que sou um indivíduo de informação, sou obcecado pelo conhecimento, pela informação. Entendi desde cedo que essa seria a única ferramenta que eu tinha para me fazer ser competitivo.

PINGUE-PONGUE

  • Uma frase: “Tudo aquilo que nós somos é um presente da vida. Tudo aquilo que nós nos tornamos é a nossa retribuição”. (Herbert de Sousa - Betinho)

  • Um livro: “Brasil nunca mais (Dom Paulo Evaristo Arns, Rabino Henry Sobel, Pastor Jaime Wright).”

  • Um filme: “Sociedade dos Poetas Mortos.”

  • Uma música: “Tempo Perdido - Legião Urbana.”

  • Um lugar especial: “A casa da minha mãe, em São Gonçalo/RJ.”

  • Uma viagem inesquecível: “Tive duas grandes viagens que foram a realização de um sonho. Levei toda minha família para conhecer a Disney e também para Portugal para conhecermos nossas origens.”

  • Uma memória marcante: “Minha primeira viagem internacional aos 23 anos. Não era uma realidade para mim, era muito jovem e estava entrando no avião para ir trabalhar nos Estados Unidos.” 

  • Uma inspiração: “Sou uma pessoa que se inspira em pessoas.” 

  • Luxo para você é… “o estado da arte da Excelência, o patamar máximo do Extraordinário.”

  • Fé para você é… “É meu sustento!”

  • Celebrar para você é… “uma manifestação de gratidão!”

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